O pen drive e a revolução do DNA
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Um pen drive pode ser utilizado para armazenar suas músicas, textos, fotos e até filmes. Mas você já pensou que ele poderia guardar a sequência do seu DNA também?
Pode parecer enredo de ficção científica – e não estamos tão longe disso. A empresa britânica Oxford Nanopore desenvolveu um dispositivo semelhante a um pen drive chamado MinION, capaz de sequenciar genomas simples, como os de vírus e bactérias, em questão de segundos.
O MinION foi demonstrado na segunda quinzena de fevereiro em um congresso de biologia e tecnologia em Marco Island, na Flórida, Estados Unidos. Lá, ele sequenciou um vírus simples, cujo nome é Phi X, e que contém 5.000 pares de genes.
O biotecnólogo Nick Loman, da Universidade de Birmingham, explicou à revista “New Scientist” que a escolha não foi aleatória: trata-se do primeiro genoma de vírus que foi sequenciado na ciência e que, portanto, demonstra que a tecnologia apresentada pela Oxford Nanopore funciona. “Se você sequencia este genoma, está apto para sequenciar genomas mais amplos.”
E as novidades não param por aí. Uma concorrente direta da Oxford Nanopore, a 454 Life Sciences, também anunciou no evento da Flórida um computador capaz de sequenciar o DNA humano em duas horas, por um valor em torno de US$ 1.000.
Já a tecnologia do MinION teria o sequenciamento do genoma humano em seis horas. No entanto, até chegar lá, a companhia pretende lançar até o final deste ano um dispositivo que possa sequenciar genomas mais curtos para identificar doenças, ou mesmo para identificação de mutações genéticas, que potencializam o risco de doenças. O custo de cada unidade seria em torno de US$ 900.
Os benefícios médicos são gigantescos quando se analisa essa tecnologia. Além de facilitar e tornar o sequenciamento de DNA mais barato, médicos terão acesso imediato a esse tipo de informação. Também será mais fácil obter informações do DNA para analisar células cancerígenas em uma biópsia.
Indo mais longe, a tecnologia também deve ajudar na datação de fósseis arqueológicos. E, logo adiante, pode ser que você carregue o seu código genético em um pen drive, a fim de identificação em aeroportos e eleições, por exemplo – tal como uma cédula de identidade biotecnológica. A decodificação do seu DNA, logo, logo, deve caber no seu bolso.