Tablets, smartphones e notebooks podem ser cada vez mais populares, mas sempre haverá uma razão para ter um desktop por perto.
Steve Jobs atiçou a curiosidade dos consumidores quando anunciou o
iPad e declarou que a “era Pós-PC” havia começado. E agora, com o
iminente lançado dos tablets com Windows 8
- aparelhos portáteis rodando versões do Office otimizadas para o toque
- pode até parecer que talvez o mundo consiga realmente viver sem
computadores desktop.
É uma proposta intrigante, mas não conte na morte do PC pelas mãos
dos dispositivos móveis tão cedo. Embora eles sejam convenientes quando
você está tentando trabalhar “na estrada”, não são nem de longe tão
convenientes quanto um desktop quando você está tentando fazer trabalho
sério em um ambiente de escritório.
Seu smartphone, tablet ou mesmo ultrabook podem caber no bolso ou na
mochila, mas todos esses aparelhos são cheios de limitações, seja o
poder de processamento, tamanho da tela ou um preço muito alto.
Não, meus amigos. Ainda não vivemos no tal “mundo pós-PC”. Mas se
você ainda não está convencido, aqui estão dez motivos para não desistir
de seu desktop tão cedo.
1) Desktops são baratos
Desktops são mais baratos que os notebooks, tanto quando você os
compra novos quanto na hora de fazer reparos. Há alguns motivos para
isso, mas o principal é que os componentes dos dispositivos móveis são
mais caros porque são menores, e um extenso (e caro) esforço de
engenharia é necessário para fazer com que eles caibam dentro de um
notebook, tablet ou smartphone.
Componentes para desktops não precisam ser tão pequenos nem se
encaixar precisamente como as peças de um quebra-cabeças, porque um
típico gabinete torre é muito mais espaçoso do que mesmo o maior dos
notebooks.
Um PC desktop, como este Dell XPS 8500, custa menos que um notebook de configuração equivalente
É verdade que você paga por mais componentes quando compra um
notebook (você também está levando uma tela, bateria, teclado e
trackpad). Mas mesmo assim, no exterior é possível encontrar teclado e
mouse por cerca de US$ 5 cada, e um monitor decente de 24 polegadas pode
custar apenas US$ 50. Aqui no Brasil os preços são maiores, mas ainda
assim baixos.
2) Desktops são mais poderosos
Processadores para desktops são mais poderosos que os equivalentes
para notebooks. É um caso em que o tamanho realmente importa. Os chips
para notebooks não só são menores, mas são projetados para usar menos
energia e produzir menos calor. Há vários motivos para isso: o primeiro é
que os notebooks devem funcionar com baterias, que são uma fonte de
energia limitada. Em segundo, esses chips devem funcionar dentro de um
chassis apertado e fechado, cercados por pequenos ventiladores. E mesmo
assim correm o risco de superaquecer.
Já os processadores para desktops tem a “sorte” de se alimentar em
uma fonte ilimitada de energia na parede, e podem ser cercados por
imensos ventiladores ou um sistema de refrigeração líquida para manter
as temperaturas sob controle. Assim, eles não só são mais poderosos como
também podem ser modificados, ou “overclockados”, para operar em
frequências ainda mais altas do que aquelas para as quais foram
projetados.
3) Você pode plugar toneladas de periféricos nos desktops
Vamos dizer que você quer plugar ao seu computador um mouse e teclado
externos. Dá pra plugar também um headset USB? Se você tem um notebook,
provavelmente não.
À medida em que os notebooks ficam mais finos e leves, a quantidade
de portas diminui. A maioria dos notebooks atuais tem apenas duas portas
USB 2.0, embora alguns modelos mais sofisticados consigam encaixar
também uma porta USB 3.0 aqui ou ali. A maioria dos tablets tem uma
porta USB 2.0, com a notável exceção dos iPad, que tem zero.
Por outro lado, os desktops tem pelo menos quatro portas USB 2.0, e
vários tem muitas mais. Além disso eles tem toneladas de outras opções
de conectividade que só os notebooks mais sofisticados, voltados para
gamers, poderiam oferecer, incluindo portas eSATA, VGA, DVI, HDMI e
múltiplas entradas e saídas de áudio.
4) Desktops tem monitores maiores
Estudos já mostraram que mais espaço na tela pode aumentar sua
produtividade. Se você precisa disso, tem duas opções: uma tela maior ou
múltiplos monitores.
A maior tela que você irá encontrar em um notebook no mercado tem
17.3 polegadas, e para um portátil isso é algo imenso. Mas ela não é
nada comparada a um monitor de 20 ou 24 polegadas. Além disso, um
notebook com tela de 17.3 polegadas é geralmente grande demais para
carregar confortavelmente, o que significa que seu portátil acaba se
tornando um desktop, só que mais limitado.
Além disso, a maioria dos notebooks não suporta múltiplos monitores
(além da tradicional solução do monitor interno e mais um externo),
embora seja possível tentar truques com monitores USB ou usando um
tablet como tela secundária. Por sua vez os desktops foram feitos
pensando em múltiplos monitores e, dependendo de sua placa de vídeo,
podem suportar três, quatro ou mais deles para que você possa conseguir
produtividade (ou pontuação em seu jogo favorito) máxima.
5) Você pode jogar pra valer em um desktop
OK, vamos ser justos: há laptops para games no mercado, e eles não
são ruins. Por exemplo, o Alienware M17x R4 tem um processador Intel
Core i7-3720QM e uma GPU Nvidia GeForce GTX 680M. Mas ele sequer pode
ser comparado a uma máquina como o Maingear Shift Super Stock, com um
processador Intel Core i7-3960X e três GPU AMD Radeon HD 7970.
Jogos como Crysis 2 levam mesmo o mais poderoso PC ao limite
Jogos para PCs com gráficos sofisticados, como Crysis 2, colocam os
PCs no limite e exigem tanto poder da CPU, e da GPU, quanto estiver
disponível. Num desktop você pode enfiar três GPUs, mais um sistema de
refrigeração líquida, uma placa de som sensacional e até alguns
acessórios extras. Enquanto isso o notebook abriga apenas uma GPU, e
isso em um aparelho que mal pode ser considerado como portátil.
6) Consertar um desktop é fácil
Três anos atrás a placa de vídeo no notebook de meu marido morreu.
Ainda não temos certeza do que aconteceu, mas subitamente a tela começou
a mostrar “sujeira” e linhas coloridas em ziguezague, tornando as
coisas praticamente ilegíveis. Ele levou a máquina (um velho MacBook) a
uma Apple Store, onde ela foi aberta e analisada, e recebeu a notícia de
que o reparo custaria caro. Total: US$ 800.
Dois anos atrás minha placa de vídeo morreu. A Nvidia lançou um
driver defeituoso, eu estava jogando na época e antes que a empresa
pudesse lançar uma correção (apenas 24 horas depois) minha placa
superaqueceu e bateu as botas. Fui a uma loja de eletrônicos, comprei
uma placa nova e fiz a troca em cerca de 10 minutos. Custo total dos
reparos: US$ 80.
A moral da história: se um componente de um desktop morrer em sua
mão, é fácil comprar um novo, seja uma placa de vídeo, um monitor ou
mesmo o processador. Mas se for um componente de um notebook, bem, boa
sorte.
7) Em um desktop você pode criar conteúdo de forma eficiente
Claro que os notebooks atuais podem rodar software para criação de
conteúdo, como o Adobe Photoshop ou o Premiere, mas você não vai
aproveitar seu tempo em frente a estes programas se tiver que brigar com
o trackpad ou a pequena tela de seu portátil. Para ser usado de forma
eficiente, software de criação exige um processador poderoso, uma placa
de vídeo sofisticada, uma tela com muito espaço e periféricos como
teclado, mouse ou talvez um tablet para desenho.
Um notebook com todos esses recursos seria ou insanamente caro ou
fisicamente impossível. Um desktop com uma boa configuração, entretanto,
roda estes programas sem problemas.
8) Você pode reciclar seu desktop
Suas opções de “reciclagem” de um notebook ou tablet que morreu são
limitadas. Talvez ele vire um portátil para as crianças ou uma máquina
para a cozinha, ou uma fonte de referência para as sessões de bricolagem
no fim de semana.
Se você for criativo, pode transformar um velho desktop em um aquário
Crédito: Micah Gideon (CC NC-BY-SA)
Mas um desktop pode ser reaproveitado em uma variedade de usos, como um servidor doméstico ou um
dispositivo de armazenamento em rede (NAS).
E se você não quer reaproveitar seu desktop como uma máquina funcional,
pode retirar as peças, vendê-las no eBay e transformar a velha torre ou
monitor em um aquário.
9) Desktops são seguros e duram um longo tempo
Desktops não são portáteis, de forma alguma. E isso é bom quando o
assunto é segurança e durabilidade. O fato de serem praticamente imóveis
torna os desktops menos vulneráveis a roubos. As chances de você
esquecer seu desktop no trem, ou de que alguém roube ele na biblioteca,
são nulas. E mesmo que alguém invada sua casa, é improvável que leve seu
desktop, que teria de ser desplugado da parede e transportado junto com
todos os periféricos para ser de algum uso para o ladrão.
E por causa da imobilidade, seu desktop nunca tomará um encontrão,
nem cairá no chão ou será arranhado dentro de uma bolsa. Um desktop pode
facilmente durar vários anos, mais até se você atualizá-lo peça-a-peça,
enquanto notebooks frequentemente se tornam vítimas de um tombo ou
acidente com uma xícara de café.
10) Você pode montar seu próprio desktop
Qualquer um pode montar um PC desktop. De verdade! Não só há
toneladas de artigos e sites dedicados a ajudar as pessoas a montar suas
próprias máquinas, como os componentes estão prontamente disponíveis.
Em contraste, montar um notebook é algo praticamente impossível. Não
existe uma solução modular como nos desktops, onde você escolhe um
gabinete e o recheia com os componentes de sua preferência. O máximo que
dá pra fazer é comprar um modelo básico e ir adicionando itens
opcionais e acessórios até onde o chassis permitir.
Um processador Intel Core i5-2500K para desktops
Longa vida ao desktop!
Não me entenda mal. Os notebooks, tablets e smartphones são sem
dúvida ferramentas essenciais na vida moderna da maioria das pessoas.
Mas enquanto os desktops forem mais baratos, mais poderosos e mais
versáteis, sempre terão um lugar entre nós.