O que esperar da nova interface USB 3.0 que já está por aí

Quando estamos sentados em frente ao PC aguardando a tarefa de copiar arquivos para um disco externo, com interface USB 2.0, os segundos se transformam em minutos e os minutos se transformam horas. Mesmo aimportantíssima atividade de backup é deixada sempre para outro momento, devido a essa demora.
É nesse ponto em que a USB 3.0 muda a vida para melhor, pois a velocidade de transferências de dados entre é cerca de dez vezes superior à versão 2.0 da interface USB. Nos testes realizados por PC World (EUA), os discos rígidos USB 3.0 da Iomega, Bufalo Technology e Western Digital mostraram que a mudança será mesmo significativa.
A velocidade de transferência é o principal atrativo da nova versão, mas é importante ressaltar que a compatibilidade da nova tecnologia com o protocolo atualmente em uso na versão 2.0 será garantida.
Claro que, para obter o desempenho da USB 3.0, será necessário uma placa adaptadora ou ter uma placa-mãe que já traga embutido o circuito da nova interface. Entretanto, é possível usar dispositivos com USB 3.0 em computadores com interface USB 2.0; o desempenho, porém, será o mesmo que temos hoje com o atual protocolo das USB 2.0. O inverso também é válido: um HD com USB 2.0 poderá ser utilizado em computadores que já tenham a interface 3.0, lembrando que a velocidade, nesse caso, também sem ganho de performance.
Como distinguir
Tudo isso ocorre porque o novo protocolo conta com a adição de duas linhas de dados e mais um sinal de aterramento na USB 3.0. O formato do conector é o mesmo da versão anterior, mantendo os sinais e a pinagem de forma a aceitar dispositivos USB 2.0.
Mas se os conectores são iguais, como fazer para distingui-los? Felizmentes isto será tarefa fácil: os fabricantes irão usar a cor azul (brilhante) na parte interna dos conectores USB 3.0 - veja imagem no início desta dica, para não haver engano.
Além da velocidade, a especificação do USB 3.0 tem uma vantagem adicional: ela requer apenas um terço do consumo elétrico da USB 2.0. Os desenvolvedores criaram o circuito de forma em que o sinal elétrico é apenas levado para o dispositivo que precisa da informação, deixando outros dispositivos conectados em estado de baixa energia. Tal alteração aplica-se para o barramento e não para os dispositivos USB 3.0. Mas isso já economiza energia.
Dispositivos USB 3.0 começarem a apontar no mercado, seja em produtos como placas-mãe, que possuem a interface embutida em seu circuito, seja em periféricos como discos rígidos. Mas uma migração em massa não deve ser imediata. Pesquisa feita pela In-Stat, somente em 2013 o mercado terá pouco mais de 25% de produtos com suporte à interface 3.0.
Essa transição lenta não é surpreendente, considerando que nenhum periférico compatível ou dispositivos eletrônicos de consumo têm mesmo sido anunciados até agora. Alguns dispositivos, como teclados e mouses, por exemplo, não irão se beneficiar em melhor desempenho. Outros produtos, como câmeras digitais e filmadoras, terão mais desempenho na transferência de dados com a USB 3.0 e esperamos ver alguns modelos equipados com a nova interface aparecer no início de 2011.
Alta performance
Já dissemos que o aumento de desempenho na USB 3.0 sobre a interface 2.0 será cerca de dez vezes mais. Na teoria. Mas, e no mundo real? Para determinar o desempenho da nova especificação em situações cotidianas, nada melhor do que testar algum produto. Então colocamos à prova quatro unidades de disco rígido externo que usam a interface 3.0.
Nosso pacote de testes inclui operações em lote em um conjunto de arquivos pequenos, transferências de arquivos grandes e uma varredura de vírus que prioriza a valocidade na busca pelos arquivos todos do HD.
Três modelos são discos externos de 3,5 polegadas (tamanho utilizado em desktops). São eles o DriveStation USB 3.0 HD-HXU3 (Buffalo); o eGo Desktop USB 3.0 (Iomega); e o My Book 3.0 (Western Digital). O quarto dispositivo é um HD de 2,5 polegadas (tamanho utilizado em notebooks), chamado BlackArmor PS110, da Seagate.
Dependendo do tipo de teste, o desempenho chegou a ser 3,5 vezes superior ao mesmo teste realizado na interface 2.0. Mas em todos os testes o ganho de desempenho sempre foi mais do que o dobro da velocidade que a interface 2.0 podia oferecer. Os discos mostraram ser 33% mais rápidos do que outras unidades que usaram a interface Firewire 800 (1394b). Tal interface está presente nos Macs e alguns desktops e notebooks.
Dos três modelos de tamanho de desktops (3,5 polegadas), o Western Digital foi o mais rápido no geral. Mas a diferença de tempo entre as unidades ficou na casa dos segundos. A maior diferença de tempo ficou no teste de varredura em busca de vírus; a diferença alcançou 24 segundos entre o mais rápido (Western Digital) e o mais lento (Buffalo) - o teste levou em consideração varrer o disco inteiro.
O HD da Seagate obteve índices um pouco menores. Mas isso se deve ao fato de que discos feitos para notebooks possuem rotação menor do que discos feitos para serem usados em desktops. Mesmo assim, todas as unidades avaliadas chegaram a um mesmo desempenho do que um disco sendo utilizado na interface SATA 300, que está presente internamente nos desktops e em modelos de notebooks mais atuais.
Algo que continua igual ao que temos na interface 2.0 é a alimentação para os discos: unidades maiores continuam precisando de fontes de alimentação externa, pois a USB 3.0 ainda não consegue fornecer energia suficiente para rodar os motores discos maiores.
Certificado USB 3.0
Uma das coisas a procurar ao comprar um produto USB 3.0 é o logotipo SuperSpeed USB 3.0 – uma etiqueta que assegura que o dispositivo atende os requisitos técnicos da versão 3.0.
Um ponto positivo: dessa vez não será necessário se preocupar se a velocidade prometida será realmente alcançada. Na transição da USB 1.1 para a 2.0, os desenvolvedores fizeram as especificações de forma em que os produtos feitos com interface USB 2.0 não precisavam obrigatoriamente atingir a velocidade padrão, que é de 480 Megabits por segundo no caso da USB 2.0.
Em contrapartida, um produto certificado com suporte a USB 3.0, deve trabalhar a 5 gigabits por segundo. Ressaltamos que esse valor é teórico. É preciso contar com perdas que todo sinal tem em ambientes reais. O que será garantido é que dispositivos USB 3.0 não podem se comunicar com velocidades pequenas, como acontecia na versão 2.0 da USB.
Possibilidade de upgrade para USB 3.0
Já existem placas com o circuito USB 3.0 que podem ser instaladas em desktops por cerca de 30 dólares. Porém, no Brasil, ainda são raras de se encontrar.
No caso de computadores portáteis, a atualização não será nada fácil. A menos que o portátil tenha um slot ExpressCard para aceitar um cartão adaptador USB 3.0, não há outro meio de atualizar a interface.
Porém, em novos laptops a coisa é diferente, pois o circuito virá na placa. Mas ainda vai demorar para surgir portáteis com a nova interface e maias ainda para isso se tornar padrão na indústria. Por enquanto, Asus, Fujitsu e HP estão integrando a USB 3.0 em seus produtos. A MSI informou que não terá USB 3.0 em seus produtos até o terceiro trimestre desse ano. A razão da demora ainda é alto custo do chipset para a produção em larga escala.
O que esperar
Velocidade, compatibilidade retroativa, menor consumo de energia. A USB 3.0 tem tudo para ser um sucesso. A interface e-SATA talvez ainda tenha um pouco mais de velocidade, trabalhando a 6 gigabits por segundo. Mas os dispositivos para ela não são plug-and–play, ou seja, o PC precisa ser reiniciado para que sejam reconhecidos pelo sistema.
A interface firewire 800 possui boa velocidade, cerca de 800 megabits por segundo. Mas uma minoria de discos externos possui essa interface e um dos motivos é que ela é cara.
A conclusão é que a interface USB 3.0 pode demorar para chegar - como toda tecnologia nova, muito em fun;áo do preço - e alcançar um certo número de vendas para os produtos se tornarem populares. Mas isso é algo que acontece com qualquer produto novo, portanto, basta esperar para que a USB 3.0 chegue para aumentar a velocidade de transferência de dados nos dispositivos externos.
Produtos com USB 3.0 não podem ser muito mais caros do que a versão anterior
Sempre que surge uma nova tecnologia, ela custa mais porque as empresas querem recuperar os investimentos feitos em pesquisas, mudanças em processos de produção, testes etc.. No caso da USB 3.0, teremos um bom avanço na velocidade, além da retrocompatibilidade. Então seria certo pagar bem mais pela nova versão da USB? A resposta é não.
Entendemos que o desenvolvimento do produto envolve muitos custos e não há nada de errado em cobrar a mais por algo novo. Mas desde que esse valor não seja exorbitante. Algo em torno de 25% a mais sobre a tecnologia anterior já está de bom tamanho.
Podemos citar o exemplo de um HD que testamos. O Western Digital My Book 2.0 sai por 170 dólares e o My Book 3.0 sai por 200 dólares. Não é um mal negócio pagar 30 dólares a mais, sabendo que esse último é bem mais rápido.
Mas no caso dos cabos USB 3.0, é ridículo encontrar marcas que vendem cabos por 40 dólares e outras que vendem por seis dólares. Convenhamos que a qualidade de um cabo pode ser melhor que outro em termos físicos, mas não há nada em um cabo que fará aumentar a qualidade da transmissão de dados, não no caso da USB 3.0. O fato é que a diferença é gritante.
Portanto, ao comprar produtos com interface USB 3.0 não se deixe levar por altos preços somente porque a tecnologia é nova. A dica continua sendo a mesma para produtos maduros: pesquisar o melhor preço.
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