Segundo Microsoft, velocidade do Javascript não é tudo no browser

Em evento para desenvolvedores, MS diz que o novo IE9 será o mais veloz dos navegadores; versão ainda não tem data de lançamento.
A corrida para ver quem desenvolve o motor de JavaScript mais veloz para navegadores não da sinais de esfriar. O gerente sênior de produtos da Microsoft, Pete LePage, aproveitou o evento Microsoft TechEd, realizado em Nova Orleans ( EUA) esta semana, para dizer à audiência que a velocidade de execução dos scripts é apenas um dos muitos fatores que influenciam a performance dos browsers.
“A velocidade de renderização dos navegadores é um resultado composto por diversos fatores. Ter uma engine de JS (JavaScript) robusta não faz milagres, e é injusto atribuir-lhe o fardo do fracasso ou os louros do sucesso dos navegadores”, afirmou.
A apresentação de LePage concentrou o foco na última versão para desenvolvedores do IE9.
Testes
Para reforçar seus argumentos, LePage – integrante da equipe de desenvolvedores do browser da Microsoft – exibiu resultados de análises de quatro sites diferentes, executadas pelo time do IE. Duas páginas continham aplicações do Excel para web, os outros dois eram sites de notícias.
No caso dos sites que abrigavam os aplicativos Excel, a execução do JavaScript ocupou menos de dez por cento de toda a carga de trabalho demandada para renderizar a página. Já na vez das páginas de notícias, essa participação subiu para a faixa entre 20 e 35%.
Os números não mentem.
É correto afirmar que a execução dos scripts Java é responsável por uma fração razoável da carga de trabalho; mesmo assim, está longe de ser o principal processo a consumir os preciosos recursos. Houve outras tarefas que aumentaram o tempo de carregamento das páginas. Entre elas, a renderização, respondendo por 20% do tempo em todos os casos, e layout, responsável por uma fatia entre 10% e 30%. Na tabela de fatores importantes para determinar o tempo de carregamento de algumas URLs ainda merecem ser mencionados a formatação, o CSS e a depuração do código HTML.
“Turbinar a rotina de execução do JavaScript é importante, mas nos obriga a acelerar outros quesitos também. Teremos de incrementar a velocidade de renderização, enfim, melhorar o sistema em geral”, diz LePage.
A forma mais usada para medir o nível de eficiência do JS foi rodar o aplicativo SunSpider JavaScript Benchmark. LePage diz que essa ferramenta é interessante, pois revela a velocidade em que determinados processos são executados. Mas quando o negócio é aferir a velocidade do navegador, o SunSpider não é ideal.
Quase um pedido de desculpas
Todo o discurso tinha a finalidade de combater a percepção generalizada sobre o fraco desempenho da máquina Java do IE9. Para a próxima versão do browser, uma série de modificações nessa engine estão sendo implementadas.
Uma delas consiste na interpretação dos códigos Java, logo após serem baixados. Além disso a nova versão poderá lançar mão de núcleos adicionais da máquina cliente na hora de converter o script em zeros e uns. “Assim que migramos para código compilado, este passou a rodar significativamente mais rápido”, emenda o executivo.
Talvez uma das características mais notáveis será a capacidade de transferir a renderização dos elementos gráficos para as GPUs (unidades de processamento gráfico).
Sobre a concorrência
Ao demonstrar a robustez do novo navegador, LePage o submeteu à avaliação do SunSpider e, em seguida, comparou os resultados à performance aferida com a versão 8 do IE, que levou 3800 milisegundos para realizar a tarefa. A versão ainda em desenvolvimento do IE9 (Platform Preview 2) deu conta do processo em menos de 500 milisegundos, e bateu a performance das versões 3.6 e 3.7 do Firefox, comemora Le Page.
Para deixar claro que a transferência de tarefas de renderização de elementos gráficos e a nova engine JS aceleraram o IE9, LePage executou uma demonstração a partir do site de testes da Microsoft com ícones animados a base de scripts Java. Com o IE9, os ícones apresentavam uma animação suave à velocidade de 60fps (quadros por segundo). Em seguida, LePage exibiu a mesma página usando o Chrome. Sem os recursos de compilação de código e de uso das GPUs, o software sofreu para manter o ritmo de 2 fps.
HTML5
O presidente de software e de ferramentas Microsoft, Bob Muglia não perdeu a oportunidade, no começo da semana, de ressaltar a maneira harmoniosa em que o IE9 vai interpretar o HTML5 e como vai se relacionar com os novos padrões web. LePage endossou as afirmações do colega, mas sem proclamar de maneira tão enfática a tal da harmonia perfeita.
“Ser capaz de interpretar o HTML5”, diz LePage, “ ele será, mas não é possível estender essa afirmação para todas as especificações. Em parte porque elas ainda estão em desenvolvimento. O relatório de especificações do HTML5 cresceu em mais de 200 páginas desde fevereiro deste ano”, ressaltou.
Segundo LePage, a Microsoft não está poupando esforços para aumentar o suporte ao HTML5. É um processo em pleno andamento que, literalmente, não tem data para acabar.
Reticente
Sobre o suporte ao Canvas (elemento pertencente ao código HTML5 e que permite uma renderização dinâmica de gráficos em duas dimensões) o executivo preferiu não se manifestar. O silêncio também ecoou forte ao ser indagado sobre a previsão de lançamento da versão 9 do IE.
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