Teste: Firefox 4 vale o download

Muito mudou no universo dos navegadores desde o lançamento do Firefox 3.0, em 2008. O Google Chrome entrou em cena, e não parou de receber updates desde então, a Microsoft lançou o IE 8 e, há pouco tempo, o IE 9, enquanto o Safari pulou de sua terceira para a quinta versão.
Enquanto as melhorias feitas pela Mozilla com o Firefox 3.5 e 3.6 aperfeiçoaram a performance e aumentaram o conjunto de ferramentas disponíveis, o navegador começou a perder um pouco de sua velocidade. Contudo, o Firefox 4 torna o browser competitivo novamente, com uma interface remodelada e com desempenho melhor ainda.
De cara nova
A primeira coisa que o usuário nota na nova versão é a visual moderno do navegador. Como outros browsers de última geração, o Firefox 4 é desenvolvido para ser o mais direto e simples possível. Os desenvolvedores da Mozilla fizeram um bom trabalho ao simplificar o navegador e, ao mesmo tempo manter a flexibilidade tão conhecida do Firefox.
Como padrão, o Firefox 4 mostra a barra de endereços, campo para pesquisa, os botões de voltar, avançar, atualizar e home, as abas e um botão “Firefox” laranja, no canto esquerdo superior. Não há barra de menu, juntamente com os itens semelhantes comuns a outras versões do browser.
Enquanto que a maioria dos outros navegadores opta em colocar o menu de ferramentas do lado direito, o Firefox inseriu o menu do lado oposto – é incomum, mas nada que o usuário não se acostume depois de um tempo. Vale lembrar que é possível trazer a barra de menu clássica ao clicar no botão do Firefox e navegar até Options, Menu Bar.
E-mails nas abas
Outro recurso do Firefox 4 inspirado no Chrome é a possibilidade de inserir web apps na barra de abas. Abra qualquer página da web em uma nova aba, dê um clique com o botão direito nela e selecione “Pin as App Tab”. Isso irá adicionar uma aba no canto esquerdo superior, mostrando somente o ícone do site e, ao fechar e reabrir o browser, esse símbolo permanece lá.
Quando alguma coisa dessa página web afixada é atualizada – quando chega um novo e-mail, por exemplo -, o ícone da barra fica azulado para notificar o usuário – novamente, muito parecido com o Chrome.
Nova mensagem: os ícones afixados ficam azulados quando há alguma atualização na página
Pare de me seguir!
Assim como o Internet Explorer 9, o Firefox inclui agora uma ferramenta para evitar que sites possam rastrear dado sobre as atividades dos usuários. Isso é muito bem-vindo, mas não chega sem problemas. Para começar, é um recurso “tudo ou nada”, pois não há um jeito de bloquear apenas alguns sites.
E ele ainda não é universal: ao habilitar a opção contra o rastreamento, o mecanismo irá utilizar recursos chamados HTTP headers, para avisar ao site para não rastrear o usuário. O problema é que os sites não precisam honrar esse pedido, tornando essa proteção inútil. A Mozilla está trabalhando para tornar essa ferramenta padrão, logo, as coisas devem melhorar daqui para frente.
Velocidade
O Firefox 4 também chega com alguns novos recursos que focam no desempenho de renderização e no carregamento das páginas. O navegador pode aproveitar mais do chip gráfico do que seu antecessor, usando seu poder para exibir vídeos, por exemplo.
Utilizando o benchmark SunSpider 0.91, a nova versão do browser completou o teste em 363 milisegundos, uma melhoria extremamente significativa, em comparação com a versão 3.6, que terminou com 1103 ms. Sendo assim, o Firefox 4 torna-se muito mais competitivo perante seus adversários atuais (Safari, IE9, Chrome e Opera), que obtiveram pontuações entre 329 e 439 ms. Claro que isso tudo depende de quão poderosa é a máquina do usuário. Contudo, não há como negar que a atual versão é muito mais rápida ao gerenciar JavaScript do que o Firefox 3.6.
Sincronize
Uma boa novidade é o Firefox Sync, que permite ao usuário sincronizar os favoritos, o histórico de navegação, senhas e outros dados com outros computadores que tenham o navegador. Para utilizar o recurso, vá até o painel de opções (acessível a partir do menu Firefox no item Options) e, então, selecione Sync na barra de ferramentas. A partir daí, o usuário pode criar uma conta do serviço; configurar essa conta é muito fácil - ele irá pedir um endereço de e-mail e uma senha – contudo, a partir daí, as coisas ficam mais complicadas.
O Firefox irá gerar uma “Sync Key” que o usuário precisa copiar, salvar no computador ou imprimir e manter em um lugar seguro. Ela será necessária para garantir acesso à conta do Firefox Sync em outro computador ou smartphone e, em caso de perda, ela é definitiva: não há como recuperar a combinação.
Configurar um segundo dispositivo (PC, smartphone, etc) para que ele funcione com o Firefox Sync também requer algumas voltas pelo bosque da segurança. Por exemplo, se você já configurou uma conta e quer adicionar seu laptop, para que ele fique sincronizado com o que há no desktop, é preciso voltar ao primeiro computador e inserir um código de autenticação.
Se o usuário não tiver acesso ao computador naquele momento (enquanto estiver viajando com o notebook, por exemplo), é preciso digitar a combinação alfanumérica citada acima, e, se você esqueceu em casa, não é possível acessar a conta. Essa autenticação reforçada funciona como uma faca de dois gumes: é mais seguro do que uma senha comum, entretanto pode ser tornar uma grande dor de cabeça. Mas, uma vez que esteja pronto, fica fácil novamente: tudo é feito automaticamente e em segundo plano. Sendo assim, o usuário não precisa se preocupar em sincronizar os dados periodicamente.
Vale a pena atualizar
O Firefox 4 é um upgrade essencial se você estiver rodando versões do Firefox 3. Contudo, se você foi do navegador da Mozilla para o Chrome, o Firefox 4 pode não oferecer tantas ferramentas novas – pelo menos em relação à interface – que são claramente influenciadas pelo Chrome. Mas vale a pena o download.
Firefox 4
Fabricante: | Mozilla Foundation |
Pontos fortes: | Design mais limpo; apps na barra de endereço; mais rápido |
Pontos fracos: | Não traz muitas novidades em relação ao Chrome; configuração da sincronização é truncada; mecanismo de combate ao rastreamento é ineficiente |
Preço: | Gratuito |
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