Novo supercomputador chinês usa chip próprio
A China acaba de instalar mais um supercomputador no Centro Nacional de Supercomputadores, em Jinan. O equipamento, chamado de Sunway Bluelight MPP, usa apenas componentes chineses, o que inclui o processador, cujo nome é ShenWei SW 1600. O chip tem arquitetura bem parecida com a da tecnologia Intel Core e demanda pouco uso de energia.
Segundo a CNET, os engenheiros do projeto divulgaram informações sobre o processamento de 1 quadrilhão de cálculos por segundo do supercomputador, ou 1 petaflop. Essa velocidade pode colocar o Sunway Bluelight MPP na lista dos dez mais velozes do planeta. Tudo isso graças aos 8,7 mil processadores RISC de 64 bits, com 16 núcleos cada.
O The New York Times pondera que toda essa arquitetuta fabricada pela China já impactou a indústria da computação, bem como colocou pulgas atrás das orelhas de governantes e presidentes de empresas de alguns países.
Ao que parece, finalmente a China não depende mais dos Estados Unidos ou do Japão para a construção de supercomputadores com fins militares ou de pesquisa. Isso tira do ocidente um poder de barganha bastante grande – seja militar, seja comercial.
A supercomputação do lado de lá
Desde 2009 a China vem tentando construir um computador com componentes nacionais. A previsão era que a máquina Dawning 6000, do Instituto de Tecnologia da Computação chinês (abreviado pela sigla inglesa ICT), fosse construída só com componetes chineses ainda em 2010. Mas não foi: o processador Longsoon 3 nunca ficou pronto. A tentativa anterior, o Dawning 5000a, foi montado com processadores AMD, norte-americanos. O Sunway Bluelight MPP, quase dois anos depois, é que resolveu a questão.
Mas o Sunway Bluelight MPP ainda não entrou na lista Top500.org, que relaciona os computadores mais rápidos do mundo, o que deve acontecer na próxima edição da lista, em janeiro. Hoje, as cinco primeiras posições são dominadas por asiáticos: o japonês K computer é o atual campeão, com poder computacional de 8 petaflops, seguido do chinês Tianhe-1A, com 2,5 petaflops. O único americano no Top 5, o Jaguar, está em terceiro com “míseros” 1,8 petaflops. Em seguida vêm outro chinês, o NEBULAE, com 1,3 petaflops, e o japonês TSUBAME 2.0, com 1,2 petaflops.
O ano de 2010 foi singular, já que no espaço de poucos meses primeiro China e depois o Japão tiraram dos Estados Unidos a hegemonia das primeiras cinco posições – apenas uma delas era dividida ora com o Reino Unido, ora com a França. Hoje, apenas o terceiro lugar está reservado aos americanos e pode ser que na próxima lista o país nem figure.
A título de curiosidade, o mais rápido supercomputador brasileiro (que nem entra na lista Top500), o Galileu, está instalado no NACAD/COPPE da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Sua performance média é de “modestos” 64 teraflops (0,064 petaflops). Um PC de mesa com o Intel Core i7 chega a “apenas” 70 gigaflops, ou 0,07 teraflops ou, para podermos comparar com o desempenho dos supercomputadores, 0,00007 petaflops.
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