Os Macbooks também estão ficando descartáveis
Desde
a época do iPod original, a Apple vem implantando uma política de
descarte programado de seus dispositivos, dificultando reparos simples,
como a troca de baterias, bem como diferentes tipos de upgrades, de
forma que os compradores troquem os dispositivos com maior frequência e
como consequência mais unidades sejam vendidas. Naturalmente a Apple
está muito longe de ser a única fabricante a adotar essa política, mas
pelo fato de os produtos da Apple estarem entre os mais caros faz com
que esta tendência seja especialmente preocupante.
Meses atrás, falamos sobre a dificuldade em desmontar e especialmente em substituir a bateria do iPad v3,
um problema que também afeta parcialmente o iPad 2. Chegamos agora ao
Macbook Pro com retina display que está chegando às lojas:
Ele
é sem dúvidas um belíssimo aparelho, que oferece uma tela de
impressionantes 2880x1800, que enverga um PPI de 220 pontos, suficiente
que que uma pessoa com visão mediana não seja capaz de distinguir os
pixels individuais da tela, mesmo olhando de perto. O grande problema é
que ele foi projetado de forma similar ao último iPad. Em outras
palavras: para ser descartável.
Embora
seja um notebook consideravelmente maior, o design interno é muito
similar ao do MacBook Air, com baterias coladas, chips de memória RAM
soldados diretamente à placa-mãe e até mesmo um novo conector
proprietário para o SSD. Em outras palavras, não apenas a bateria não é
substituível, mas não existe basicamente nenhum tipo de upgrade ou
conserto que possa ser realizado como apontado pelo iFixit.
Tudo
começa com os parafusos com cabeça pentalobe, que demanda o uso de
chaves especiais. Uma vez dentro do aparelho, a placa-mãe é
relativamente simples de se remover, o grande problema é que além de o
processador, GPU e chipset wireless, a placa-mãe traz também os chips de
memória soldados, o que não apenas torna qualquer upgrade impossível,
mas também impede a substituição. O modelo básico vem com 8 GB e por US$
200 a mais está disponível uma versão com 16 GB, mas seja qual for a
decisão, a memória inicial acompanhará o Macbook até o fim:
Assim como no iPad v3, a bateria é colada à carcaça. É até possível remover as células com a ajuda de algum objeto pontiagudo, porém a Apple criou uma armadilha, passando o cabo flat do touchpad por debaixo das baterias, entre as camadas de cola. Com isso, a menos que se seja muito cuidadoso, tentar remover as células da bateria vai romper o cabo do touchpad, criando outro problema.
O SSD usa um formato proprietário e diferente do usado no Macbook Air, também tornando qualquer upgrade virtualmente impossível, já que mesmo que componentes de substituição sejam disponibilizados, eles serão também fabricados pela Apple e com a mesma capacidade dos originais.
O display forma uma peça inteiriça, com o LCD e backlight fundidos na carcaça de alumínio. Com isso, qualquer problema (mesmo um inversor queimado ou problemas no cabo) demandam a substituição completa da peça, que seria completamente inviável de se fazer fora da garantia.
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