Com shows e falsa operação do FBI, Kim Dotcom apresenta novo Megaupload
Neste sábado (19), exatamente um ano após o fechamento do Megaupload, seu excêntrico fundador, o empresário alemão Kim Dotcom, anunciou a nova versão do serviço, batizado de Mega. Nas primeiras 14 horas de funcionamento, o Mega obteve mais de 500 mil usuários cadastrados. O serviço oferece 50 GB de espaço grátis para guardar arquivos na web.Como de hábito, Dotcom fez um evento extravagante. O lançamento do Mega teve apresentações de um grupo de música típica da Nova Zelândia e de comediantes, antes da entrada no palco do empresário.
Em seu discurso, Dotcom se disse vítima de ações ilegais do governo americano "O FBI confiscou nossos servidores e nos prendeu sem nos dar a chance de apresentarmos nosso lado em um tribunal. A privacidade de nossos usuários foi violada", afirmou.
Com pose de estadista, ele também atacou o governo dos Estados Unidos e a indústria de entretenimento. "A internet não pertence a nenhuma pessoa, empresa ou governo", disse. Dotcom afirmou ainda que "aqueles que usam leis de direitos autorais como armas para sufocar a inovação serão abandonados no meio da estrada da História".
No fim do discurso, houve uma encenação da operação do FBI que prendeu Dotcom há um ano. Atores vestidos de soldados desceram pelas paredes da Mansão Dotcom e fingiram prender os convidados. A encenação teve direito até a um helicóptero com a sigla FBI.
Mega protege arquivos com criptografia
O principal diferencial do novo serviço de hospedagem Mega é a privacidade. Todos os arquivos hospedados no serviço são criptografados. Assim, apenas quem publicou o arquivo pode ver seu conteúdo. Nem os responsáveis pelos servidores têm acesso ao conteúdo dos arquivos, já que apenas o dono tem a chave criptográfica para abri-los.
Em seu discurso, Dotcom citou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, criada pela ONU, para reforçar o argumento de que todos têm direito à privacidade. "Privacidade é um direito básico do ser humano, mas é cada vez mais difícil se comunicar privadamente. Empresas coletam cada vez mais dados de seus usuários. A pedido da indústria de mídia, provedores inspecionam seus arquivos. Empresas de hospedagem vendem discos usados com seus dados para outras empresas", enumerou Dotcom.
Segundo Dotcom, o Mega é uma resposta à perda de privacidade. "Ao usar o Mega, você diz 'não' a governos que querem espioná-lo", disse.
O caso Megaupload
O serviço de compartilhamento de arquivos Megaupload foi fechado no dia 19 de janeiro de 2012 em uma operação comandada pelo FBI. Naquele dia, o FBI acusou formalmente Kim Dotcom e seus sócios de vários crimes, incluindo violação de direitos autorais e lavagem de dinheiro.
No mesmo momento em que os servidores do Megaupload eram confiscados nos Estados Unidos e em outros países, Kim Dotcom era preso na Nova Zelândia, onde mora. Sua mansão foi alvo de uma megaoperação envolvendo dezenas de polícias das Forças Especiais da Nova Zelândia, cães, helicópteros e carros blindados. O excesso de força da operação foi posteriormente questionado por autoridades neozelandesas, já que Kim Dotcom não possuía histórico de violência.
Dotcom passou algumas semanas preso e
atualmente está em regime de prisão domiciliar. Ele aguarda julgamento
do processo de extradição para os Estados Unidos, pedido pelo FBI.
Autoridades americanas querem que ele seja enviado aos Estados Unidos
para responder às acusações.
Veja o lançamento do Mega
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