ThinkPad Tablet é um Android para sua empresa
Leves e versáteis, os tablets estão por toda a parte. Inclusive nas empresas, onde podem ser usados para uma variedade de tarefas, seja a coleta de dados nas mãos de um funcionário ou e-mail e apresentações nas mãos de um executivo. O problema é que a maioria dos tablets disponíveis atualmente é feita para o mercado doméstico, e carece de ferramentas para segurança de dados ou gerenciamento remoto, essenciais às empresas.
É aí que entra a Lenovo, que resolveu usar sua experiência em portáteis corporativos (a aclamada linha ThinkPad) para criar um tablet Android. Batizado de “ThinkPad Tablet” (preço a partir de R$ 1.699, dependendo da configuração), o aparelho se destaca justamente pelo “tempero extra” que o faz se sentir em casa em uma sala de reuniões. Mas será que ele faz jus ao nome que carrega?
Lenovo ThinkPad Tablet
Design
Basta pousar os olhos sobre o ThinkPad Tablet por alguns segundos para perceber algumas coisas: a primeira é que ele é grande, maior que outros tablets da categoria apesar da tela com o mesmo tamanho, 10.1”. São 26,1 x 18,2 x 1,5 cm, o que consequentemente o torna mais pesado: são 730 gramas, contra 607 gramas do iPad 2 e 565 gramas do Galaxy Tab 10.1.
Mas isso não é de todo ruim, já que dá a ele uma construção mais sólida, algo importante para quem vai carregá-lo de um cliente para o outro o dia todo, e abre espaço para itens importantes como uma porta USB e um slot para cartões SD, só disponiveis em outros tablets com o uso de adaptadores e acessórios.
Outra coisa fácil de notar é que ele tem botões, ausentes nos outros tablets Honeycomb. Abaixo da tela há um botão para impedir a rotação da tela, um para abrir o navegador, um terceiro (o maior) para voltar (back) e por fim o botão Home.
Botões na parte inferior. Algumas das portas também estão visíveis
A tela é coberta por um painel de Gorilla Glass, mais resistente a riscos e impactos, e a traseira tem um toque macio e levemente emborrachado, para evitar que ele escorregue das mãos. No geral podemos dizer que o design preto e quadradão se encaixa perfeitamente na família ThinkPad e é ideal para o mercado ao qual o aparelho se destina
Hardware
O ThinkPad Tablet é baseado na mesma plataforma de hardware de quase todos os outros tablets Android no mercado: processador Nvidia Tegra 2 de 1 GHz, com 1 GB de RAM. O modelo que testamos tinha 32 GB de memória interna e modem 3G integrado (também há modelos com 16 ou 64 GB e apenas Wi-Fi), portas USB, HDMI e entrada para cartões SD.
Há duas câmeras: uma frontal de 2 MP, para videoconferência, e uma traseira de 5 MP que faz fotos medianas e grava vídeos em resolução HD (720p). Durante os testes, notamos problemas como falta de nitidez em algumas imagens e cores “lavadas” no geral, a ponto de, em uma imagem, as teclas amarelas no teclado de um PC parecerem brancas.
A tela tem resolução de 1280 x 800 pixels e ótimo ângulo de visão. Mas nela está um dos diferenciais do ThinkPad Tablet: além de toques com os dedos, ela também pode ser usada com uma caneta, inclusa com o aparelho.
A caneta do ThinkPad Tablet: útil para reconhecimento de escrita
Não se assuste: isso não quer dizer que o ThinkPad Tablet tenha uma daquelas terríveis telas resistivas dos tablets baratinhos à venda por aí. A tela é capacitiva e multitoque, e responde tão bem quanto a de outros bons tablets. Mas graças à tecnologia DuoSense, da N-trig, responde também a uma caneta especial.
A idéia é que os dedos são ideais para manipular a interface, selecionar ícones e disparar aves enfurecidas, mas a caneta é muito mais adequada, até mesmo necessária, para usos como o reconhecimento de escrita, essencial no mundo corporativo. Ela tem cerca de 12 cm de comprimento, corpo metálico e pesa cerca de 20 gramas. Não exige bateria para funcionar, e quando não está em uso pode ser armazenada em um compartimento na traseira do tablet.
Software
O ThinkPad Tablet roda o Android 3.1 (“Honeycomb”), com poucas modificações na interface. A Lenovo preferiu focar no software pré-instalado, selecionando apps relevantes para o mercado corporativo.
Há, por exemplo, soluções de segurança como o Computrace, da Absolute Software, que permite localizar e desabilitar um ThinkPad Tablet que tenha sido perdido ou roubado, e o McAffee Security, que promete manter a máquina livre de malware. O aplicativo de e-mail tem suporte a servidores Microsoft Exchange.
Também há o PrinterShare, para impressão de documentos em impressoras compartilhadas numa rede, o Citrix Receiver para acesso remoto a desktops Windows e utilitários como o Kindle (para leitura de eBooks) e eBuddy (para troca de mensagens), entre outros. E como ninguém é de ferro, também há alguns jogos como um pacote de jogos de cartas (Euchre, Copas, Paciência, Spades, Backgammon) e, claro, Angry Birds.
Só nos incomodamos com a solução “Office”. A Lenovo inclui com a máquina o Documents to Go, que é capaz de ler, mas não permite editar ou criar documentos do Microsoft Office, algo muito comum no mercado corporativo. Seria melhor se em seu lugar houvesse um pacote mais completo, como o Polaris Office, que lê, cria e edita arquivos do Microsoft Office e ainda se integra ao Google Docs.
Amostra da câmera. Acredite: as teclas U, J, K, N e O são amarelas. Clique para ampliar
Não podemos deixar de mencionar o Notes Mobile, um bloco de notas digital. Você pode criar “cadernos” separados por assunto e usar a caneta para fazer suas anotações. O sistema de reconhecimento de escrita reconhece textos em inglês português, entre outros idiomas.
Em nossos testes com quatro colegas de redação os resultados foram variados: tivemos mais sucesso com quem escreve com letra de forma do que com escrita cursiva. É possível misturar texto e desenhos à mão livre, e circular passagens para apagá-las ou exportá-las como texto para algum outro app.
A Lenovo também inclui com o aparelho sua loja própria de aplicativos, a App Shop. O catálogo tem tanto títulos pagos quanto gratuitos, com preços em dólares. O catálogo é eclético, e vai de aplicativos pra negócios a jogos e papéis de parede animados. A Lenovo não informa quantos títulos estão disponíveis. O Android Market também está instalado.
Desempenho e Bateria
Nos benchmarks sintéticos o ThinkPad Tablet ficou ligeiramente à frente dos outros tablets Honeycomb que já testamos, mas não se animem: a diferença é de menos de 10%, cerca de 300 pontos, com um total de 4920.
Não tivemos problemas ao rodar vídeos e jogos, fazer anotações ou visualizar documentos, mas notamos em alguns momentos uma resposta lenta da interface: ela às vezes demora a reagir ao toque nos ícones ou botões, como se estivesse parando para pensar no que fazer.
Estas engasgadas são algo que já vimos em outros tablets Honeycomb, e um tanto desconcertantes: não é algo que não se espera de um aparelho com um processador dual-core, ainda mais frente à lendária “fluidez” de concorrentes como o iPad.
Nosso teste padrão de autonomia de bateria em tablets envolve a reprodução de vídeo com brilho da tela em 50%, enquanto conectado a uma rede Wi-Fi, com GPS ligado e Bluetooth desativado. Sob estas condições, calculamos a autonomia em cerca de 6 horas e 40 minutos.
Sabemos que reprodução contínua de vídeo não é um caso de “uso típico” de um tablet corporativo, mas o teste nos permite comparar a autonomia à de outros aparelhos e chegar à conclusão de que ela deixa a desejar, especialmente em relação a concorrentes com o mesmo hardware como o Motorola Xoom (8 horas e 46 minutos), Eee Pad Transformer (9 horas) e Samsung Galaxy Tab (11 horas).
Acessórios
A Lenovo também está trazendo ao Brasil vários acessórios para seu tablet. Entre eles uma pasta com teclado e trackpoint integrado (R$ 199), canetas extras (R$ 95,00) e estojos de proteção, estofados eu courino ou rígidos, custando a partir de R$ 95. Também há carregadores de parede (idêntico ao incluso na embalagem) por R$ 56 e carregador veicular por R$ 50.
Veredito
O ThinkPad Tablet pode parecer um “bicho estranho” se comparado aos finos e leves tablets domésticos (como o iPad) que dominam o mercado, mas sob o ponto de vista corporativo há um bom motivo por trás de cada uma das decisões tomadas pela Lenovo.
Sim, ele é “pesado”, mas isso é devido à construção sólida. Ele é grosso, mas isso dá espaço para uma porta USB de tamanho normal e leitor de cartões SD, itens úteis no dia-a-dia e só disponíveis em outros aparelhos com o uso de acessórios. Ele tem uma caneta, mas ela é um complemento (e não um substituto) para a excelente tela de toque, e uma boa forma de assinar documentos ou tomar notas rápidas. E o visual é sóbrio, mas deixa o aparelho “à vontade” em meio a ThinkPads, ThinkCentres e outras máquinas encontradas em empresas.
Além disso, a Lenovo caprichou na seleção de software, que com exceção do pacote Office traz várias ferramentas essenciais ao dia-a-dia no mundo corporativo. Se você está pensando em adotar os tablets em sua empresa, deve dar uma olhada no Lenovo ThinkPad Tablet.
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